Principais dúvidas e curiosidades da blindagem

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Principais dúvidas e curiosidades da blindagem

O que é blindagem automotiva?

Blindagem é a proteção contra projéteis balísticos, concebida ou incorporada a automóveis, veículos de transporte de valores, veículos militares, edificações, fachadas, mostruários etc. Sua maior função é preservar vidas e patrimônio, garantindo a integridade física das pessoas que usufruem desse tipo de proteção. No país, vem ganhando cada vez mais adeptos em decorrência do medo crescente da violência urbana, seja nas grandes capitais, seja no interior ou litoral.

 

Como é feita a blindagem automotiva?

Depois da definição do nível de blindagem, os materiais da proteção são preparados, cortados segundo as dimensões do veículo, de forma que toda a superfície do veículo seja protegida.

 

Partes como a junção das portas com as bordas dos vidros, há um reforço, evitando qualquer ponto de vulnerabilidade. Após a conclusão da instalação dos materiais o revestimento interior é recolocado no veículo para que o acabamento mantenha a aparência original.

Os vidros originais são substituídos por vidros especiais, compostos por diversas lâminas de vidros e polímeros. Esse “sanduíche” é chamado de pacote. As lâminas de vidro são intercaladas por polivinil butiral, poliuretano e policarbonato. O número de camadas varia de acordo com o nível de proteção. Em alguns casos, os motores de acionamento dos vidros elétricos recebem um reforço, para que seu uso não seja prejudicado.

 

Na lataria, cada blindadora tem um projeto específico. Atualmente, o que predomina é o uso do painel balístico, um tecido especial entrelaçado formado por várias camadas, com o aço sendo utilizado em áreas muito estreitas, onde o tecido especial pode oferecer alguma vulnerabilidade, como nas colunas das portas, parabrisas e vigia.

 

O que avaliar na escolha da blindadora?

Todo material usado na blindagem é controlado pelo Exército Brasileiro. As empresas que atuam com este tipo de produto (mesmo as locadoras de veículos blindados) devem ter o Certificado de Registro (CR) junto ao Exército

 

Além do CR, as empresas que fabricam produtos balísticos devem submetê-los a testes balísticos aplicados pelo Centro de Avaliação do Exército (CAEx). Após o teste, o Exército emite um Relatório Técnico Experimental (ReTEx) aprovando

o material. As fabricantes podem vender os produtos apenas para blindadoras registradas e estas somente podem usar materiais que tenham o ReTEx.

A blindadora ainda precisa de uma autorização específica da Região Militar (RM) onde a empresa está registrada para cada veículo que for blindar, com o intuito de evitar que carros blindados sejam utilizados por pessoas não idôneas.

No processo de escolha da empresa, é importante seguir essas dicas:

– Verifique o tempo de atuação da empresa no mercado. Não se preocupe, no início, com o custo do serviço. Exija da blindadora o CR, bem como uma cópia do ReTEx das blindagens (vidros e mantas balísticas) utilizadas.

– Além do showroom, visite também o local onde a blindagem é feita. Procure saber quanto tempo levará o serviço. Algumas empresas disponibilizam fotos da evolução do processo. Isso pode ser a garantia de que seu carro está realmente recebendo a blindagem oferecida.

– Certifique-se de que a blindagem será realizada nas áreas transparentes e opacas do carro. O Exército proíbe a blindagem parcial.

– Avalie mais de uma empresa e não se deixe levar por fatores subjetivos para a definição. Somente depois dessa análise, pondere preço e tome a decisão.

 

A blindagem parcial é permitida?

Não, ela é proibida pelo Exército Brasileiro, pois não garante a segurança do usuário, já que é impossível prever qual local do carro será atingido em um ataque. O usuário fica com uma falsa sensação de segurança. A ABRABLIN não aceita em seu quadro associativo empresas que realizam a blindagem parcial.

As películas colocadas em vidros não blindados têm resistência balística?

Não. Embora existam empresas que comercializem películas ditas protetoras, a ABRABLIN desconhece a existência de um produto que, aplicado em vidros originais do veículo (laminados ou temperados), ofereça resistência a disparos de armas de fogo.

 

É possível abrir os vidros de um carro blindado?

Sim. Mas, é evidente que um veículo deixa de oferecer a segurança de um blindado se os vidros estiverem abertos. Normalmente, por questão de segurança, as blindadoras restringem a possibilidade de abertura dos vidros dianteiros. Permitem apenas aberturas para possibilitar passagem em pedágios ou em estacionamentos de shoppings, por exemplo. Os vidros traseiros ficam fixos.

 

O que é delaminação e por que ocorre?

É o deslocamento das camadas que compõem um vidro laminado ou blindado. Ela pode ser causada por inúmeros fatores, desde as reações resultantes da

composição do produto até as condições de uso e conservação do veículo blindado. Exposição a ambientes severos de calor e umidade podem acelerar esse processo. O problema é facilmente notado pelas bolhas de ar esbranquiçadas que aparecem nos vidros. Diante de qualquer suspeita, deve-se levar o carro à blindadora, que fará uma análise técnica para averiguar se a resistência balística foi ou não afetada.

 

Quais motivos podem levar um vidro blindado a trincar?

A trinca pode ser desencadeada por três fatores: impacto forte (uma pedrada, por exemplo, pode deixar uma fissura que, depois, provoca o problema); choque térmico (causado por variações bruscas de temperatura, como levar a um lava-rápido um veículo que ficou por muito tempo exposto ao sol. Em razão da espessura do vidro blindado – em torno de 21 mm –, ele absorve uma quantidade de calor muito maior e a trinca aparece na hora); torção de carroceria (os vidros são parte da estrutura do veículo. Assim, a falta de cuidado em lombadas, valas ou outros choques violentos podem afetar a carroceria e pressionar os vidros).

 

O vidro blindado continua seguro após o término da garantia?

A proteção balística não termina com o fim da garantia. Como ocorre com qualquer outro produto, a garantia se refere ao período em que a manutenção ou a reposição são de responsabilidade do fabricante. A proteção balística é mantida, desde que a integridade física do vidro esteja preservada. Os associados da ABRABLIN são obrigados a oferecer garantia mínima de dois anos, como mandam os Requisitos de Conformidade, adotados pela entidade.

 

O que é overlap e em qual parte do veículo é utilizado?

O Overlap (superposição) é uma moldura de reforço acrescentada nos limites das partes blindadas. O processo consiste na colocação de aço nos principais pontos vulneráveis do veículo e nas junções dos materiais. O aço, dependendo do projeto da blindadora, é instalado na proteção de áreas como as bordas das mantas, molduras das portas, espelhos retrovisores, fechaduras, maçanetas e carroceria.

 

Como agir depois de um caso de colisão ou ataque a tiros?

O veículo deve ser imediatamente encaminhado à blindadora para os devidos reparos. A exemplo do que acontece com qualquer carro em ocorrências atípicas, a blindadora não arca com o custo do conserto, mesmo dentro do prazo de garantia. Em caso de disparos, é mais do que evidente que o veículo blindado já cumpriu seu objetivo: proteger. A recuperação das partes danificadas terá um custo financeiro. O custo/benefício já foi alcançado.

 

É possível blindar caminhões?

Sim. E o acréscimo de peso tem impacto mínimo diante da grande capacidade de carga do caminhão. É um mercado em expansão, devido ao número crescente de roubos a cargas em inúmeras rodovias do país. Há soluções de blindagem que atendem a qualquer tipo de cabine, nos mais variados níveis de blindagem.

 

Comprar um blindado usado é bom negócio? Quais os cuidados a serem tomados?

Recorrer a um carro usado blindado pode ser um excelente negócio para quem não pode esperar o prazo de execução do serviço de blindagem ou arcar com os custos de um blindado novo. Para isso, porém, é fundamental haver extremo cuidado na escolha tanto do veículo quanto do fornecedor. É preciso verificar se o revendedor tem registro no Exército, além de outras documentações exigidas pelos órgãos fiscalizadores. Os materiais balísticos estão sujeitos ao controle e fiscalização do Exército e qualquer transação comercial que os envolva está sujeita a tal fiscalização e deve ser registrada.

Todo veículo blindado possui um Título de Registro. É a comprovação de que o veículo está registrado no Exército. O veículo usado blindado é considerado regularizado somente com a posse de tal documento, exigido, inclusive, pelas seguradoras no momento de se contratar um seguro para o automóvel.

Antes de efetuar a compra do blindado usado, também é preciso observar o desgaste de algumas peças, como a suspensão e os freios do veículo. O excesso de peso, conseqüência da blindagem, aumenta o desgaste e reduz o desempenho do carro. Os vidros devem ser inspecionados em busca de bolhas, o que indica a delaminação. Dependendo da situação, será necessária a troca do mesmo. A vistoria deve ser feita também na parte opaca, onde se verifica o nível de aderência das mantas e aços, e se, devido a algum sinistro com o veículo, não existe alguma área desprotegida.

Antes de concretizar o negócio, ainda é importante observar se a blindadora que efetuou o serviço ainda está em operação. Se a empresa tiver sido fechada, não há a quem recorrer em caso de defeito e possíveis reparos.

O custo do seguro de um carro blindado é mais caro do que o mesmo modelo sem a proteção?

O custo de seguro de um carro blindado é proporcional ao de um não blindado. O entendimento das seguradoras é de que o fato de o carro ter a proteção balística não interfere no risco de sinistro.

Um carro blindado exige cuidados especiais?

Sim, inclusive por onde ele vai circular. O tipo de relevo onde o carro trafegará e as condições climáticas às quais o veículo será exposto são alguns dos pontos que devem ser analisados pelo usuário do blindado, já que esses fatores influenciam diretamente na manutenção da qualidade da proteção balística.

A falta de zelo na direção em terrenos instáveis ou muito esburacados pode causar torções na carroceria e trincas nos vidros, que também podem surgir em razão de impactos de cascalhos ou pedregulhos que se soltam do asfalto irregular.

O cuidado vale também para a escolha onde estacionar o carro. Expor o veículo a mudanças bruscas de temperaturas também afetam a blindagem.

Isso porque choques térmicos podem também trincar os vidros. Já o calor intenso e a umidade podem causar a delaminação nos vidros quando exposto de maneira prolongada a essas condições. Trata-se do deslocamento das camadas que compõem o vidro blindado e é observado pelas bolhas de ar esbranquiçadas que surgem na parte transparente da blindagem.

Se você tem um carro blindado, anote outros cuidados:

Evite deixar o vidro aberto ao fechar as portas do carro; isso pode afetar os componentes da blindagem;

Não limpe a parte interna do veículo com produto químico ou abrasivo;

Atente-se ao pleno funcionamento e limpeza do ar condicionado. Assim, os vidros permanecem fechados, o que amplia a segurança;

O mesmo vale para a parte mecânica do veículo. Por isso, é preciso realizar periodicamente as revisões, inclusive da blindagem.

– Não deixe de calibrar os pneus com frequência. Esse cuidado evita que o veículo sofra redução de seu desempenho, mesmo com o peso da proteção acrescido.

 

Quais são os níveis de blindagem?

Na blindagem automotiva, o que define o nível são os materiais utilizados. Essa resistência balística leva em consideração a arma, o projétil, a energia cinética de uma massa e a distância dos disparos com relação ao alvo e a distância entre os disparos. As proteções são definidas por normas técnicas e variam de acordo com o tipo de resistência a esses projéteis.

No Brasil, os níveis de blindagem seguem a norma de resistência balística ABNT-NBR 15000, que obedece aos padrões nacionais e internacionais. Os níveis são divididos em uso permitido, restrito e proibido, de acordo com o poder de retenção das balas, e são determinados pelo Exército Brasileiro.

Segundo essa determinação, o maior nível permitido no país é o III-A, que suporta até disparos de pistolas 9 mm e revólveres 44 Magnum, a maior arma de mão. Esse nível de blindagem é o que tem sido mais utilizado no país. Os níveis de menor proteção I, II-A e II tem plena autorização para serem produzidos e se propõem a atender o nicho específico de mercado dos usuários que, conscientemente, se sentem ameaçados somente por armas de menor calibre. O nível III, que resiste a disparos de fuzil FAL, é de uso restrito e só pode ser produzido, para uso de pessoas físicas e jurídicas, com autorização especial do Exército Brasileiro. E o nível IV, que resiste até a M60, é totalmente proibido para uso civil.

 

Mais informações para a imprensa – Denis (11) 98726-2609

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Associação Brasileira de Blindagem – Abrablin

Cerificada pelo exército brasileiro como representante autorizada de empresas do seguimento de blindagem.

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