Vagner Aquino/Especial para o Estadão Certificação de blindagem estabelece segurança ao consumidor, mas exige associação à Abrablin por parte das blindadoras; entenda as regras
O Instituto da Qualidade Automotiva (IQA) e o setor de blindagem brasileiro anunciam a criação de uma nova certificação para veículos blindados no Brasil. O selo, chamado de “Certificação de Blindadoras IQA”, exige critérios de atuação para as oficinas e empresas do setor. Assim, dificulta a operação das empresas que não seguem as diretrizes e não são afiliadas à Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin).
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Portanto, a certificação é restrita às associadas, o que exclui oficinas não credenciadas. Com isso, o selo pretende dificultar a “blindagem pirata”, ou seja, fora dos padrões de qualidade e segurança estabelecidos. A chancela promete também elevar a qualidade do serviço, é o que diz Marcelo Silva, presidente da Abrablin: “Isso certamente deixará o consumidor mais seguro e confiante de que está fazendo uma boa escolha”, enfatiza.
Blindagem nível III-A é a mais comum no Brasil
Conforme a Abrablin, a blindagem de nível III-A representa 90% dos pedidos por oferecer proteção contra armas curtas, como pistolas e revólveres. Esse nível tem reconhecimento internacional por seu padrão elevado de proteção. Aliás, a certificação do IQA não muda o grau de proteção oferecido no processo de blindagem o veículo. Dessa forma, é uma garantia de excelência nos serviços da empresa credenciada.
Oficinas com selo passarão por auditoria
A auditoria das blindadoras já começou em dez oficinas, e três delas já receberam o selo, informa Silva. “A maioria está em São Paulo e Grande São Paulo, principalmente porque o maior mercado está aqui, e uma fica no Rio de Janeiro”. Atualmente, estima-se que a frota de blindados no Brasil seja de aproximadamente 340 mil carros. Deste total, 85% está no Estado de São Paulo.
O Rio de Janeiro aparece em seguida no mercado de blindagem, com 6,6% dos veículos com proteção balística. No último ano, foram realizadas 29.296 novas blindagens no País, ou seja, um crescimento de 13% em relação ao ano anterior, de 2022. Esse aumento estabelece um novo recorde desde que os dados ganharam registro, em 1995.
Blindagem leva de 30 a 60 dias
O processo de blindagem de um veículo é complexo e requer a desmontagem e remontagem. Esse procedimento pode levar de 30 a 60 dias e o peso do carro pode aumentar em até 200 kg. O selo da Abrablin e da IQA traz uma garantia de qualidade, mas não é obrigatório e não substitui o Certificado de Registro (CR) e os testes balísticos. Estes são conduzidos pelo Exército Brasileiro, que regulamenta e fiscaliza o setor de blindagem no Brasil.
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